segunda-feira, 27 de maio de 2013

 O Samba:

O samba é um gênero musical que surgiu no Brasil e deriva de uma dança de raízes africanas, caracterizadas por possuir pequenas frases melódicas e refrões de criações anônimas, sendo considerada uma das principais manifestações culturais populares brasileiras. O nome samba é, provavelmente, originário do nome angolano semba, um ritmo religioso, cujo nome significa umbigada, devido à forma como era dançado



   Origens:

        O Samba surgiu no Recôncavo Baiano, na segunda metade do século XIX, e foi levado para a cidade do Rio de Janeiro com a transferência de grande quantidade de escravos para as plantações de café no Estado do Rio. Em meados do século 19, a palavra samba definia diferentes tipos de música introduzidas pelos escravos africanos, desde o Maranhão até São Paulo. No entanto, embora existia em diversas regiões do pais, sob a forma de diversos ritmos e danças populares, é considerado como uma expressão musical urbana do Rio de Janeiro, e foi lá que o samba entrou em contato com outros gêneros musicais, como o xote, maxixe, olundu, onde ganhou novos contornos, instrumentos e histórico próprio, de forma tal que, o samba moderno, como gênero musical, surgiu no início do século 20 na cidade do Rio de Janeiro (a capital brasileira de então).




      Na década de 20, o samba consolidou-se com um formato mais definido, nos morros e subúrbios cariocas, afastando-se de gêneros como a marcha e o maxixe. Blocos carnavalescos ganhavam nome e importância nos bairros, prenunciando as escolas de samba que conhecemos hoje.  Sendo que foi nesse movimento que o samba carioca urbano saiu da categoria local para ser alçado à condição de símbolo da identidade nacional brasileira durante a década de 1930.
      Nos anos trinta, um grupo de músicos liderados por Ismael Silva fundou, na vizinhança do bairro de Estácio de Sá, a primeira escola de samba, Deixa Falar. Eles transformaram o gênero, dando-lhe os contornos atuais, inclusive coma introdução de novos instrumentos, como o surdo e a cuíca, para que melhor se adequasse ao desfile de carnaval.
       Nesta mesma época, um importante personagem também foi muito importante para a popularização do samba: Noel Rosa. Noel é responsável pela união do samba do morro com o do asfalto. É considerado o primeiro cronista da música popular brasileira. Nesta época, a rádio difundiu a popularidade do samba por todo o país, e com o suporte do presidente Getúlio Vargas, o samba ganhou status de "música oficial" do Brasil.



       Grandes compositores começavam a gravar seus nomes na música popular brasileira, como Ernesto Nazareth, Catulo da Paixão Cearense, Sinhô, Pixinguinha, Ismael Silva, Lamartine Babo, Ary Barroso e Rosa, que deixaram dezenas de obras-primas do samba e sucessos do Carnaval, verdadeiras crônicas dos costumes do Rio.
    O termo "escola de samba" também é originário deste período de formação do gênero. O termo foi adotado por grandes grupos de sambistas numa tentativa de ganhar aceitação para o samba e para a suas manifestações artísticas; o morro era o terreno onde o samba nascia e a "escola" dava aos músicos um senso de legitimidade e organização que permitia romper com as barreiras sociais.






Curiosidades:

        Um marco dentro da história moderna e urbana do samba ocorreu em 1917, no Rio de Janeiro, com a gravação em disco do samba "Pelo Telefone", considerado o primeiro samba a ser gravado no Brasil (segundo os registros da Biblioteca Nacional). Embora a canção tenha a autoria de Ernesto dos Santos, com co-autoria de Mauro de Almeida, a canção foi uma criação coletiva de músicos que participavam das festas da casa de tia Ciata, sendo essa a primeira composição a alcançar sucesso com a marca de contribuindo para a divulgação e popularização do gênero.
     Durante a década de 1920, por exemplo, quem fosse pego dançando ou cantando samba corria um grande risco de ir batucar atrás das grades. Isso porque o samba era ligado à cultura negra, que era malvista na época. Só mais tarde é que ele passou a ser encarado como um símbolo nacional, principalmente no início dos anos 40, durante o governo de Getúlio Vargas. Nessa música brasileiríssima, a harmonia é feita pelos instrumentos de corda, como o cavaquinho e o violão. Já o ritmo é dado, por exemplo, pelo surdo ou pelo pandeiro. Com o passar do tempo, outros instrumentos, como flauta, piano e saxofone, também foram incorporados, dando origem a novos estilos de samba. "À medida que o samba evoluiu, ele ganhou novos sotaques, novos modos de ser tocado e cantado


       

         Da Roda ao Pagode:

Por volta dos anos 30, diferentes estilos de samba surgiram no Rio de Janeiro

SAMBA-DE-RODA
Muito parecido com a roda de capoeira, é a raiz do samba brasileiro e está registrado na Unesco como patrimônio da humanidade. Surgiu entre os escravos na Bahia por volta de 1860 e logo desembarcou também no Rio de Janeiro. O samba-de-roda, como a dança, começa devagar e se torna cada vez mais forte e cadenciado - sempre acompanhado por um coro para repetir o refrão. Várias canções do estilo têm versos sobre o mar e as tradições africanas.



"AVÔ" DO RECO-RECO
Além de batuques na palma das mãos, os escravos batiam um garfo num prato, obtendo um som semelhante ao do reco-reco - instrumento que dá força ao samba.


SAMBA DE BREQUE
Um dos primeiros estilos nascidos no Rio, foi criado no final dos anos 20 em botecos da cidade. No meio do samba rolavam "paradinhas" onde o cantor falava uma frase ou contava uma história. Um dos mestres foi Moreira da Silva. O ritmo é mais picadinho - ou "sincopado", como dizem os músicos -, mas a marca registrada é mesmo a parada repentina. Daí o nome "samba de breque". Quase sempre conta uma história engraçada, de um tiroteio entre malandros à história de um gago que se apaixonou...


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